Oversharing. Conheça o fenômeno de comportamento das redes sociais.
Oversharing, é uma expressão inglesa que significa o excesso de exposição de informações na internet.
No significado literal do termo, OverSharing é a junção da palavra em inglês OVER que significa “excesso”, com a palavra Sharing, que pode ser traduzido como “compartilhamento”, ou seja, o excesso de compartilhamento.
Segundo Raquel Freire, jornalista do canal TechTudo – “OverSharing nada mais é que aquele velho comportamento de não saber a hora de parar de falar”.
Comportamento este amplificado pelas redes sociais digitais. Que dá a seus usuários a sensação de estar no poder da comunicação. E a cada dia essa conduta comportamental é mais intensificada e replicada por muito mais pessoas.
Onde começa o problema com Oversharing?
Parte desse problema é causado por dois fatores, já pesquisados e entendidos.
O primeiro é relacionado a busca pelas plataformas em facilitar e incentivar o compartilhamento. Com apenas dois clicks, um para fotografar e outro para compartilhar, fazem da publicação nas redes sociais algo rápido e intuitivo. Crianças e adultos praticam o ato de compartilhar momentos com tanta fluidez, que quase não gera esforço algum.
O segundo fator é o vício. Um estudo realizado na Universidade de Harvard revelou que as redes sociais digitais viciam. Compartilhar em excesso é uma atividade que trabalha diretamente sobre os centros dos prazeres do cérebro, proporcionando as mesmas sensações que comida, dinheiro e sexo.
O estudo ainda identificou duas condutas que ajudam a entender o fenômeno Oversharing.
O primeiro comportamento observado é que as pessoas sentem mais prazer quando falam de si mesmas, comparado quando falam de outras pessoas. Inclusive, os sujeitos em teste chegaram a recusar dinheiro (poucos centavos), para não terem que parar de falar de si nas redes sociais, para falarem de outras pessoas.
O segundo comportamento relevante identificado foi que as pessoas sentem mais excitações na área do cérebro que condiz com a recompensa, quando seus pensamentos são compartilhados de forma pública, comparado quando compartilhados de forma privada.
Não é à toa que a rede social mais popular do mundo, o Facebook, usa o questionamento “No que você está pensando? ”, para incentivar seus usuários a compartilharem suas opiniões, momentos e sentimentos.
As condições de comportamento identificadas, trazem a reflexão que a todo instante temos motivos e impulsos para utilizarmos as redes sociais digitais, para saciar as necessidades psicológicas de expressarmos a nossa opinião, para o máximo de pessoas possíveis. Mesmo que esta opinião não tenha sido perguntada e talvez, nem desejada.
O que dizem as pesquisas?
Uma pesquisa realizada pela empresa Harris Interactive, revelou que as pessoas estão passando mais tempo em suas redes sociais digitais, porém aproximadamente 33% dos participantes da pesquisa, disseram que pararam de compartilhar como antes. Já 80% reclamaram que as pessoas compartilham muito.
Aqui no Brasil, a YouPix fez uma pesquisa sobre o comportamento nas redes sociais e identificou que:
– 58% dos usuários passam mais de 9 horas por dia conectados;
– 86% dos brasileiros falam sobre suas vidas nas redes sociais
– E apenas 14% não compartilham as suas próprias informações.
– Dentro do grupo das pessoas que compartilham os seus dados, apenas 20% destas pessoas fazem isso com grupos fechados.
Quando foram questionados sobre os motivos de compartilhar informações nas redes sociais:
– 38% afirmaram querer dividir suas informações com outras pessoas;
– 35% acha isso normal;
– 22% acreditam que isso aumenta a própria relevância nas redes sociais;
– 8% fazem isso para conseguir mais amigos/seguidores;
– 8% agem assim porque “todos compartilham”;
– 35% fazem isso por outros motivos.
Quando questionados sobre o excesso de compartilhamento, apenas 32% dos usuários acreditam que estão dividindo suas informações na web em excesso. Entretanto, 92% – um número quase três vezes maior – acreditam que os outros estão compartilhando demais.
Outros dados científicos.
Para Peggy Drexler, PhD em pesquisas da psicologia e professor assistente do Colégio Médico Weill, da Universidade de Cornell, o problema, quando falamos em OverSharing, não está exatamente no excesso de compartilhamentos e sim no excesso de pessoas que seguimos nas redes sociais digitais.
“É a nossa vontade de ouvir que mantém as pessoas compartilhando”. Afirma Drexler, em um artigo para a revista Time.
O problema somos nós mesmos. Porém não estamos dispostos a abandonar este hábito.
E ao invés de tomar uma atitude para evitar o excesso de postagens dos outros, apenas reclamamos.
Mas todo mundo sabe que isso é bem fácil de resolver. Basta apenas, deixar de seguir as pessoas que “praticam” o oversharing.
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